Sindicalismo Político ou Defesa da PM? A Farsa de Cabo Gilberto e Sargento Neto
-.Fala Silva.- O sindicalismo de extrema-direita é irresponsável e se afasta do verdadeiro conservadorismo

O filósofo e político irlandês Edmund Burke foi o primeiro a lançar as bases do que seria o conhecido como “conservadorismo moderno”, no livro Reflexões sobre a Revolução na França, lançado em 1790.
Burke não inventou o conservadorismo, mas foi o primeiro a organizá-lo. Tentativas de identificar as raízes do pensamento conservador veem traços da ideologia nas ideias do filósofo grego Aristóteles, que considerava a experiência humana transmitida por gerações como a principal fonte de conhecimento, no filósofo chinês Confúcio, com sua atitude cautelosa sobre mudanças nas instituições, e no filósofo escocês David Hume, por seu ceticismo em relação à razão.
O primeiro princípio de um conservador, seria, portanto, crê que existe uma ordem moral duradoura. Segundo, o conservador adere ao costume, à convenção e à continuidade. Terceiro, os conservadores acreditam no que se poderia chamar de princípio do preestabelecimento. Quarto, os conservadores são guiados pelo princípio da prudência.
E nesse último, a atuação dos parlamentares Cabo Gilberto e Sargento Neto falha miseravelmente.
Os interesses políticos de Cabo Gilberto e Sargento Neto são claros e não deixam margem para dúvidas. O governador apresentou uma proposta de aumento salarial de 10% para a Polícia Militar, um passo importante para a valorização da categoria. No entanto, antes mesmo que os policiais pudessem analisar a proposta com calma e oferecer uma contraproposta, os deputados em questão já lançaram um movimento de oposição no dia seguinte, evidenciando suas reais intenções políticas.
PERGUNTA NÃO OFENDE: Sargento Neto e Cabo Gilberto estão realmente pensando na corporação?
Sargento Neto abandonou o mandato de deputado estadual para assumir uma secretaria em Campina Grande. Após ser exonerado, virou motivo de chacota nas redes sociais e, agora, busca desesperadamente se reinventar politicamente como uma espécie de sindicalista radical de extrema-direita. Como secretário e afastado das atribuições de Deputado Estadual, parecia mais um vereador na cidade de Campina Grande. Como não bastasse essa incoerência, ele decide entrar na onda do sindicalismo político ao lado de Cabo Gilberto.
Falando em Cabo Gilberto, fica evidente que ele segue o mesmo roteiro: usa a Polícia Militar como trampolim para seus interesses eleitoreiros. Seu histórico de exploração política da categoria é conhecido e se repete mais uma vez, travestido de defensor da classe, quando, na realidade, apenas trabalha para inflamar a tropa e capitalizar apoios para seu projeto pessoal de poder.
Enquanto isso, o Governo do Estado já avança em iniciativas concretas para atender às demandas dos policiais militares. Mas o sindicalismo político promovido por esses deputados parece mais preocupado em criar instabilidade do que em buscar soluções reais para a categoria. A questão que fica é: quem realmente quer o bem da Polícia Militar? O governo, que apresenta propostas concretas, ou os políticos que tentam manipular a tropa para seus interesses eleitorais?