“Aliados que expuseram Bolsonaro em manifestações o prejudicaram — e já se completa 100 dias de prisão domiciliar.”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completa cem dias em prisão domiciliar, decisão imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após suposto descumprimento de medidas cautelares. Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre recolhimento em sua casa, em Brasília, sem poder receber visitas — exceto advogados e pessoas autorizadas pelo STF —, além de estar proibido de usar celular ou se manifestar em redes sociais, mesmo por intermédio de terceiros. A medida foi tomada após ele aparecer, em áudios ou em chamada de vídeo, durante manifestações em Copacabana, o ex-presidente Bolsonaro. Moraes interpretou o ato como tentativa de coagir o STF e incentivar ataques ao Judiciário.
Juristas e advogados do ex-presidente apontam ilegalidades e excessos na decisão. A defesa sustenta que Bolsonaro não descumpriu nenhuma medida e que sua breve fala no vídeo não configura crime ou afronta ao STF. Especialistas como Vera Chemin classificam a prisão como abusiva e inconstitucional, destacando que não há provas de risco de fuga ou obstrução à Justiça. Aos cem dias de reclusão domiciliar, Bolsonaro vive uma situação inédita na política brasileira: sem condenação definitiva, mas afastado do debate público e sujeito a restrições típicas de uma pena, e não de medidas cautelares provisórias.
