“PF mira lobby de ex-sócio de Lulinha e cita aproximação com Alckmin em viagem à China.”

A Polícia Federal aponta que Kalil Bittar, ex-sócio de Luís Cláudio Lula da Silva, usou uma viagem à China para ampliar sua influência dentro do Governo Federal, chegando a fazer lobby junto ao vice-presidente Geraldo Alckmin. O episódio foi citado na operação Coffee Break, que investiga desvios de recursos da educação. Bittar, alvo da PF por suspeita de tráfico de influência, teria recebido R$ 210 mil mensais de André Gonçalves Mariano, apontado como chefe do esquema. Documentos mostram Bittar em eventos oficiais em Pequim, embora sua defesa e a assessoria de Alckmin neguem participação em comitiva oficial ou encontros entre ambos.
Segundo o inquérito, Bittar integrava um núcleo voltado a captar recursos federais e facilitar editais para favorecer a empresa Life Tecnologia. A PF afirma que o grupo comandado por Mariano pagava propinas a servidores e lobistas para direcionar licitações em cidades paulistas. A relação entre ambos se fortaleceu após as eleições de 2022, quando o grupo buscou ampliar sua atuação em ministérios e Estados governados pelo PT, contando também com figuras próximas ao governo, como secretários municipais e até Carla Ariane Trindade, ex-nora de Lula.
A investigação revela que o esquema teve início em 2021, combinando agentes públicos, empresários e doleiros para superfaturar contratos da educação, como livros de R$ 5 vendidos por até R$ 80. Secretários como Cafú César e Fernando Gomes teriam garantido facilidades para pagamentos e burocracias, enquanto Mariano buscava expandir o esquema com apoio de pessoas consideradas influentes no governo. A operação Coffee Break cumpriu 50 mandados de busca e seis de prisão preventiva na quarta-feira 12, abrindo uma nova fase na apuração dos desvios.

