O União Brasil determinou que seus filiados deixem, em até 24 horas, os cargos que ocupam no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Quem descumprir a decisão poderá ser enquadrado por infidelidade partidária. A medida, assinada nesta quinta-feira (18) pelo presidente nacional da sigla, Antônio Rueda, afeta diretamente o ministro do Turismo, Celso Sabino.
A resolução foi anunciada no mesmo momento em que Rueda teve seu nome citado em investigações da Polícia Federal sobre a atuação do PCC em setores financeiros e de combustíveis. O dirigente não é formalmente investigado, mas, segundo a PF, teria ligação indireta com aeronaves usadas por integrantes da facção criminosa. O partido repudiou a citação e classificou a situação como perseguição política.
Na nota divulgada à imprensa, a legenda expressou solidariedade ao presidente nacional e alegou que a divulgação das investigações acontece justamente após a determinação de saída dos filiados do governo, o que, segundo a sigla, reforça o caráter político da ofensiva.
A decisão antecipa o prazo de 30 dias que havia sido dado em 2 de setembro para que ministros do União Brasil e do PP deixassem os cargos, atingindo também o ministro do Esporte, André Fufuca (PP).
A federação União Brasil-PP reúne hoje a maior bancada da Câmara dos Deputados e a segunda maior do Senado. Entre seus principais nomes está o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, pré-candidato à Presidência em 2026 e opositor declarado do governo Lula.
