Política

“Após vídeo impulsionado por Fábio Lopes com cocada e cachaça, Michelle pede: deixem Bolsonaro em paz em julho.”

O vídeo do vereador Fábio Lopes, de João Pessoa, entregando cocada e cachaça ao ex-presidente Jair Bolsonaro circulou com força nas redes sociais — com direito a impulsionamento pago e tudo. A cena, que parecia mais uma jogada de marketing do que um gesto espontâneo, ganhou outro peso alguns dias depois, quando veio à tona um pedido direto de Michelle Bolsonaro: ela solicitou ao líder do PL na Câmara, Sósthenes Cavalcante, que parlamentares e aliados evitem incomodar o Capitão durante o mês de julho, período em que Bolsonaro estará em repouso médico.

Coincidência ou não, o vídeo de Fábio Lopes voltou a circular justamente no momento em que se pede mais descrição, menos exposição, e principalmente, menos uso oportunista da imagem de Bolsonaro.

Michelle, que hoje comanda o PL Mulher e se articula como um dos principais nomes da direita conservadora para 2026, tenta preservar a imagem do marido, que vem sendo desgastada por aliados mais preocupados com likes do que com lealdade verdadeira. O pedido dela não foi apenas por cuidado médico, foi um recado claro de que nem tudo deve virar palco político.

O vereador, que tem como principal ativo político sua associação com o ex-presidente, foi eleito na esteira do bolsonarismo, mas desde então pouco apresentou de concreto para a capital paraibana. Assim como o deputado Cabo Gilberto, seu principal padrinho político, Fábio parece se especializar mais em mídia digital e discursos reciclados do que em propostas reais para o povo.

Enquanto Bolsonaro enfrenta um momento de saúde delicado, parte da sua base parece mais preocupada em manter o algoritmo funcionando do que em respeitar o momento. A entrega de cocada e cachaça pode até parecer uma homenagem cultural, mas a forma como foi usada nas redes deixa claro o objetivo: gerar engajamento fácil.

Mais uma vez, o marketing venceu a política. E João Pessoa segue à espera de vereadores que apresentem ações, projetos e resultados, não só vídeos bem editados.

O eleitor não é bobo. E nem todo mundo vai engolir cocada com tráfego pago.

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