“Lula e Trump retomam diálogo: ‘Boa química’ marca conversa sobre tarifas e reaproximação entre Brasil e EUA.”

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva detalhou, nesta segunda-feira (6), o conteúdo da conversa telefônica entre o chefe do Executivo brasileiro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo nota oficial do Palácio do Planalto, o telefonema — que partiu do norte-americano — durou cerca de 30 minutos e foi classificado como “amistoso” e de “boa química”.

De acordo com o comunicado, o diálogo foi uma oportunidade para “restaurar as relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”. Lula ressaltou que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os EUA mantêm superávit comercial e aproveitou o contato para solicitar a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos brasileiros, além da revisão das medidas restritivas aplicadas contra autoridades do país.

A conversa ocorre após Washington anunciar tarifas de até 50% sobre aço, alumínio e etanol brasileiros — medidas que vinham gerando tensão diplomática. Foi o primeiro contato direto entre Lula e Trump desde o início das novas barreiras comerciais.

Para dar continuidade às negociações, os dois líderes definiram representantes: Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, enquanto Lula escolheu o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O presidente brasileiro também sugeriu um encontro presencial durante a Cúpula da ASEAN, na Malásia, reiterou o convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA), e se colocou à disposição para uma visita oficial aos Estados Unidos. Os dois presidentes, inclusive, trocaram contatos pessoais para manter uma via direta de comunicação.

A conversa contou com a presença de Alckmin, Vieira, Haddad, o ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, e o assessor especial da Presidência, Celso Amorim.

Em entrevista pouco antes da divulgação da nota, Fernando Haddad classificou o diálogo como “positivo” e afirmou que “a nota expressa exatamente o tom da conversa”.

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